quarta-feira, 14 de outubro de 2009

BRASILEIRA ANTIGA

AS CERVEJARIAS ORLEANENSES
Romulo Cézar Pizzolatti (neto de Albert Schambeck)
Pelos anos de 1888, surgia a primeira cervejaria, no local onde acabava de nascer a cidade de Orleans do Sul, nos Campos Elísios, que na época era o centro da cidade, no bairro hoje conhecido como Coloninha, ao lado de onde funcionou por muito tempo a fabrica de móveis Zomer, o alemão Ignácio Brandl que havia chegado ao Brasil há algum tempo com sua companheira Theresia Schambeck e seu enteado Albert Schambeck (filho natural de Jacob Zahnweh e sua companheira), começou a fabricar a primeira cerveja de que se tem notícia em Orleans.
Resultado de puro artesanato, com boa dose de ingredientes e alguns modestos equipamentos era a cerveja consumida à moda alemã, na temperatura ambiente, estilo modificado pelo brasileiro para estupidamente gelada, mesmo no inverno. Ocorre que na época além de se copiar o estilo alemão também não existia gelo, surgido bem mais tarde.
Conforme o livro de registro do armazém de Ignácio Brandl, uma garrafa custava 300$.
Seu enteado Albert Schambeck nasceu em Haag – Regensburg – Alemanha, em 27 de agosto de 1871.
Conforme consta na sua carteira profissional, na Alemanha sempre exerceu sua profissão de moleiro, sendo recomendado por sua dedicação e zelo à profissão. Algum tempo depois retornou sozinho à Alemanha, onde se casou com Maria Mesisinger. No segundo semestre de 1904, de posse de um documento militar concedendo-lhe licença de dois anos (entre 07 /1904 a 07/1906) foi para a América do Norte, acabou retornando ao Brasil (não se sabe o motivo), provavelmente em outubro de 1904, acompanhado da esposa e de seus dois filhos: Alberto e João.
Em Orleans, desde o início, residiu nos Campos Elísios, na casa de Ignácio Brandl, nesta casa desenvolveu suas atividades com armazém e hospedaria. Posteriormente, talvez por morte de Ignácio Brandl, assumiu o comando da Cervejaria Orleanense que funcionou por muito tempo no local.
Faleceu (foi encontrado morto em sua cama) em Lauro Müller no dia 17 de dezembro de 1919, tendo como causa mortis Apoplexia Cerebral (Derrame Cerebral). Foi sepultado em Orleans. Deixou dez filhos, e o mais velho, Alberto, tinha apenas 18 anos.
Por volta dos anos 20, o Sr. José Cechetto fabricou por muito tempo a Cerveja Centenário e sua firma era a Cervejaria Orleanense, a qual, conforme informações no próprio rótulo, tinha graduação alcoólica de 3,2º, isto é fraca para os bebedores de hoje.

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